02/07/2013

Jarbas: "Senado precisa cortar na própria carne"

    














Autoconvertido numa espécie de porta-voz da vontade das ruas, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), submete a voto, desde a semana passada, projetos de uma pauta emergencial. A toque de caixa, os senadores aprovam projetos que julgam estar em sintonia com a vontade dos manifestantes. Em discurso feito na tarde de ontem (1º), o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) convidou Renan a incluir na pauta de votações outro projeto: a PEC 18.

Trata-se de Proposta de Emenda à Constituição de autoria do próprio Jarbas e que prevê que congressistas denunciados no Supremo Tribunal Federal por crimes contra a administração pública sejam impedidos de ocupar postos de comando nas mesas diretoras, nas comissões, nos conselhos de ética e nas lideranças do Congresso Nacional. Se aprovado, o projeto inviabilizaria a própria presidência de Renan Calheiros, denunciado no STF, em fevereiro, pelo procurador-geral da República Roberto Gurgel.

“Foi importante, muito importante, a decisão do Senado Federal em estabelecer uma pauta de votação sintonizada com o clamor das ruas. No entanto, gostaria de registrar que o nosso passivo perante os cidadãos brasileiros ainda é imenso. Precisamos fazer mais e melhor”, disse Jarbas, convidando o Senado “a cortar na própria carne, sem apelos ao corporativismo, sem permitir que a impunidade continue sendo um caminho aberto para a corrupção e os desvios de conduta de quem atua na vida pública”.

De resto, Jarbas criticou a proposta de Dilma Rousseff (PT) de realização de um plebiscito sobre reforma política. Declarou-se “defensor do fortalecimento e até da criação de novos instrumentos que ampliem a participação do cidadão na tomada de decisões por parte dos Poderes da República.” Porém, disse não concordar “com a hipótese de os referendos e os plebiscitos assumirem a função implantada na Venezuela de Hugo Chávez e copiada em países como Bolívia e Equador, que passaram a seguir o pseudodemocrático modelo bolivariano”.
Chamada por Jarbas de “mãe de todas as reformas”, a reforma política pode ser facilmente votada pelo Congresso Nacional. “Propostas existem aos montes no Senado e na Câmara. O que falta é disposição política de votar e aprovar mudanças que aperfeiçoem o sistema brasileiro. Afinal de contas, o governo conta com maioria absoluta nas duas Casas do Parlamento. Tem aprovado o que quer e bem entende”, pontuou o peemedebista.

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