29/06/2013

coluna do sabadão



  Plebiscito é uma lorota!

 

Encurralada, perdida mais do que cego em tiroteio, a presidente Dilma inventou o tal do plebiscito para tirar do papel a reforma política travada no Congresso. Com isso, na prática quer lavar as mãos e jogar a culpa nos senadores e deputados.  O caminho dessa reforma não é torrando dinheiro em consulta popular.

Constroem-se com liderança, negociações e decisão política. Falta a Dilma liderança, capacidade de ir para linha de frente, selar um pacto com os partidos políticos em torno da temática. Proposta por proposta sobre reforma política existem de tulha no Congresso, para  todos os gostos.  Resta discutir o que é possível ser consensual.

E consenso pode se construir desde financiamento público de campanha até voto distrital. Para que consultar a população  num plebiscito se chegaremos ao lugar comum de que a maioria quer? Este será o resultado lógico.

Mas Dilma não enxerga ou faz de conta, porque falta a ela liderança política. Como não tem e sua base no Congresso é mais debilitada ainda, resta o apelo ao plebiscito. Mas quanto vai custar essa consulta para um País que tem tantas e outras emergências?

Governo e Congresso vão passar agora muito mais tempo discutindo a inocuidade do plebiscito do que mesmo as grandes bandeiras que levaram  milhares de manifestantes às ruas deste País, como saúde de qualidade, mais hospitais, médicos, mobilidade urbana.

E também gastos desnecessários com obras da Copa, educação de qualidade, políticas para evitar a volta da inflação, colocar mensaleiros na cadeia, enfim, tem muito mais prioridades sociais do que reforma política, que não sai nem com plebiscito sem plebiscito, porque não interessa  aos partidos políticos com representação no Congresso.

Financiamento – Depois de uma palestra na Bahia, na qual destacou temas da reforma política, como o financiamento público de campanhas, o governador Eduardo Campos teve que  ouvir a seguinte pérola de um jovem que acompanhava atentamente: “Vem cá, vocês agora não estão querendo nem pagar suas campanhas?”. A lorota foi contada ontem ao presidente nacional do PT, Rui Falcão, pelo diretor do Banco do Brasil, o baiano Benito Gama.

Chapa da oposição - Se o governador Eduardo Campos sair candidato ao Planalto sem apoiar a  candidatura de Armando Neto a governador, o senador trabalhista pode ter como vice o ex-prefeito João Paulo, do PT, e como postulante ao Senado o presidente estadual do PP, Eduardo da Fonte.



Rejeição do Congresso - A proposta de promover uma Constituinte exclusiva para a reforma política, segundo Ilimar Franco, de O Globo, foi adotada pela presidente Dilma , no domingo passado, num encontro com os ministros Aloizio Mercadante, da Educação, e Paulo Bernardo, do Planejamento. Relutante, a presidente adotou a tese da Constituinte, que abandonou diante da rejeição do Congresso.

Referendo polemiza - Para o governador Eduardo Campos, que foi ao encontro da presidente Dilma para discutir o cenário nacional pós-manifestações, o plebiscito ainda é a saída mais rápida para acelerar a reforma política. Ex-prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, pensa diferente. “O que o Congresso decidir vai ser derrotado. O eleitor vai dizer não. Não! Não! Vai ser uma desmoralização”.

Em outubro - O TSE deve responder à consulta feita pelo Governo sobre a realização do plebiscito ainda neste fim de semana. Mas o povo brasileiro só poderá ir às urnas entre 18 1 28 de agosto, se houver de fato um grande esforço de gestão operacional por parte da justiça eleitoral. Se o plebiscito passar, o Congresso pode votar  a proposta  no início de outubro.
CURTAS


Perda do mandato - Se o Congresso quisesse de fato dar uma resposta às ruas bem que poderia  colocar em pauta a PEC 18, de autoria do senador Jarbas Vasconcelos, que propõe que o parlamentar condenado pelo Supremo Tribunal Federal perda automaticamente o seu mandato.

Agradecimento - Agradeço, de coração, a todas as mensagens recebidas ontem pelo nascimento do meu quarto filho João Pedro, que chega para fazer companhia a Magno Martins Filho. Meus outros dois, já rapazes, moram nos Estados Unidos.

Perguntar não ofende: O Brasil desbanca a Espanha?
 

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