30/06/2013

O perplexidade petista com crise nas ruas



 Eles chegaram de forma inesperada. Aos gritos, repetiam em coro ritmado: 'Xi, fedeu/ O povo apareceu/ Xi, fedeu/ O povo apareceu...'
Em minutos a portaria do edifício número 1.400 da Avenida Prestes Maia, em São Bernardo do Campo (SP), foi cercada por manifestantes. No centro das vaias e xingamentos estava o morador da cobertura: Luiz Inácio Lula da Silva.
Aquela noite de quarta-feira, 19 de junho, se tornou inesquecível na cidade onde Lula escreveu uma página espetacular da mobilidade social brasileira - ali, o ex-sindicalista liderou as greves que abalaram a ditadura militar, criou o Partido dos Trabalhadores e se elegeu presidente da República.
Desde 1969, quando um irmão comunista o inscreveu na chapa da diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos, como suplente, Lula sempre esteve no comando de protestos nas ruas. Nunca fora alvo de multidão rebelada, muito menos de jovens e jamais na porta de sua casa - ainda mais sob um notável silêncio da vizinhança. Seu principal aliado político na cidade, o prefeito Luiz Marinho, descansava em Paris.
A cena sugeria uma inflexão: aqueles jovens manifestantes tratavam Lula como personagem da galeria de políticos tradicionais.

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